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terça-feira, 10 de agosto de 2010

A "Nêga" do ônibus

Parte 02

Ouviam-se seus berros puxando papo com o pessoal de trás, literalmente berros, pois nunca vi uma criatura naquela hora tão empolgada. O pessoal de trás meio que resmungava tentando tirá-la de lá. Ai um grito: - EI COBRADOR, BOTÁ TAYRONE PÁ NÓS AI!! Nota: Tayrone Cigano era um cantor de brega da atualidade marcado pela música as domésticas. Na mesma hora eu sentei no meio das duas cadeiras abrindo as pernas e impossibilitando que qualquer alma viva viesse sentar ao meu lado. O Cobrador riu e falou algo com ela que não lembro. Então ela sentou do lado de um senhor que estava fazendo sua viagem sozinho numa daquelas cadeiras altas. Aquelas cobiçadas dos ônibus. Nisso eu, João e Bruno estávamos bem quietos cochichando sobre aquela peça com um puta medo dela vir para nossa direção. Ficamos com os ouvidos bem abertos para as conversas, foi quando a ouvimos conversando com o senhor. Ela disse: Que pegar nos meus peitxo? O senhor: Não! Hihhihihihihih e soltou um risinho alá preto veio. Nessa hora não contemos os risos. Meu irmão riu alto, atraindo a atenção daquele gordizilla. A mesma olhou para ele, mas ignorou virando para o cobrador gritando: COBRADOR! BOTE UMA PRA NÓIS BEBÊ AI! Ai João, meu irmão não se conteve e disse: Se você tomar mais alguma você vai morrer! Ai com toda a graça de avestruz e com uma puta língua amarela ela vira e retruca: É MERMO? ENTÃO FIQUE NA SUA! Meu irmão que já estava fudido ficou pior! Foi “esculachado” pela “Nêga” do ônibus. Eu e o Bruno rimos demais. O melhor que nesses momentos a cara do Bruno é impagável. O mesmo estava no lado da janela e sempre que a “Nêga” se aproximava ele fazia uma cara de quem ia pular pela janela se espremendo na mesma. Depois de dar o fora no meu irmão a “Nêga” virou e fitou uma senhora franzina, bem magrinha com uns óculos escuros de grau no canto da janela sozinha. Então ela deu uma andada e empurrou a velhinha com aquela bundona de pamonha empacotada. A velhinha que estava com uns pacotes não entendeu nada, mas com uma cara de riso bem simpática mostrou-se indiferente com a presença do cão. Ai a “Nêga” fez o pior. Agarrou a velhinha com o braço esquerdo, como quem vai dar um mata leão e disse bem no ouvido da velhinha: VOVÓ! A SENHORA É UM ANJO VOVÓ! Isso gritando no ouvindo daquela pobre senhora! Naquele momento nós três estávamos num misto de estafa com riso e ainda tinha mais. A “Nêga” diz: Vou cantar uma música pra senhora! E começou: NO DIA QUE SAÍ DE CASA... Isso com toda aquela projeção de Pavarotti e afinação de Tiririca. A música já é “boa” imagina com aquilo cantando. Depois de fazer sua cena. Ela cai em reflexão. Aquela reflexão de bêbado entrando em coma. De repente outro grito dela assustando todo mundo: COBRADÔ!! MATARAM MEU IRMÃO COBRADÔ!! O cobrador querendo ser solidário disse: E foi? Como? Ela: A pulícia... MATARAM ELE! Se esbaldando em choro. E o cobrador tentando acalmá-la: Calma! A vida é assim. Ele... Do nada a “Nêga” interrompeu o cobrador e disse: Eu vou descer aqui. Parecia uma sinfonia inacaba de Beethoven aquela frase. TODO MUNDO, do ônibus começou um resmungado: VAI! VAI!! Vai! Vai... VAI!! E as portas do ônibus se abriram num ponto no meio do canavial e a “Nêga” saiu correndo para o meio das canas de açúcar como num filme de terror. Todos aplaudiram naquela hora, fazendo festa pelo fim da saga da “Nêga”, mas a nossa ainda não tinha acabado.

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