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terça-feira, 10 de agosto de 2010

A “Nêga” do ônibus.

Parte 01

Ae pessoal! Para abrir com chave de ouro iniciarei contando uma das minhas histórias preferidas. Essa se passou a um bom tempo atrás, nem lembro direito a data, mas dos detalhes, nunca esquecerei.

Bem, a uns 4 anos atrás ou mais minha primeira banda, que hoje não existe mais, foi fazer um show num festival muito peculiar de minha cidade, o Maceió Cycle. Até ai tudo bem. Tínhamos batalhado muito para conseguir essa vaga nesse evento. Meses a fio de insistência e um pouquinho de “malandrage” e estávamos dentro. Ótimo. O show ocorreu bem, tocamos por volta das 17 horas abrindo o festival com todos aqueles motociclistas com cara de “vou te comer” chegando com suas máquinas espaciais, digo, motos. Foi um show simples, mas legal. Uma aparelhagem de som ótima e público animado. Terminamos por volta das 18:30 com muito entusiasmo. Certo, lembrem-se muito bem das horas! Aqui em Maceió os músicos não são valorizados, imagina nós que tocávamos metal. Não recebemos nada, apenas uns parabéns e uns elogios, que já foram de bom tamanho, mas como gostamos do evento ficamos para ver as outras atrações. Passando-se as horas perdemos o horário dos ônibus, ou seja, teríamos que madrugar e esperar que eles voltem a passar para irmos embora. Mas como boa companhia é tudo, encontramos diversos amigos, bebemos um pouco, rimos e o tempo voou. Umas 5 horas já estava tudo claro e o evento já havia acabado a um bom tempo, só jazia-nos a calçada, ao relento. A essa altura fomos ao ponto deixar as meninas “encaminhadas”. Estava eu, João, meu irmão do meio, Bruno, um dos meus melhores amigos, Adeane e Ana, minhas amigas. As duas não demoraram e pegaram um ônibus rumo as suas camas macias e convidativas. Nós? Fomos para outro ponto para poder pegar um ônibus mais “rápido” e “direto” para assim chegar em casa sem mais pesar. Visto que já faziam mais de 12 horas que estávamos naquela situação com as mesmas roupas e tal. Ainda bem arrumados por conta do show, mas nada bem fisicamente. Bem, depois de caminhar uns 10 minutos chegamos ao outro ponto e tudo corria bem, o ônibus passou rápido, acenamos com a mão, ele parou, subimos e quase não tinham pessoas. Pegar ônibus vazio é um dos méritos mais procurados pelos ônibus do século 21. Lembro como hoje! O ônibus era Benedito Bentes. Para ser breve, Benedito Bentes é o bairro mais longe da cidade, mais longe que o AEROPORTO! Ganhou até apelido Infinito Bentes para vocês sentirem o drama. É longe mesmo. Chega a sair da área urbana da cidade passando por meio mundo de cana. Estávamos tranqüilos sentados, pois o ônibus passaria pelo bairro onde morávamos, descendo o Bruno, depois Eu e João que iria dormir na minha casa nesse dia. Eu sentado numa cadeira sozinho e o João e o Bruno na cadeira de trás juntos conversando. Do nada o maldito ônibus vira numa rua e vai numa direção TOTALMENTE CONTRÁRIA a das nossas casas. Então veio aquele silêncio fúnebre. Seguido de um: - PUTA MERDA ZENO! QUE ÔNIBUS É ESSE? Na mesma hora eu lembrei, era domingo, o ônibus encurtava seu trajeto indo direto para o Infinito Bentes passando bem longe do trajeto normal que era nossa casa. –Vamos descer! Disse o João, mas logo as mãos de todos foram aos bolsos e só tínhamos uns trocados para mais uma passagem e bem mal paga. Ai vem a minha idéia: - Vamos parar no terminal e pegar um ônibus lá dentro que não precisa pagar novamente. Sem escolha ficamos. Aquela cara de bunda, aquele desespero, fome, sono... Bem, tinham mais de 12 horas que estávamos acordados, imagine só. Depois de muita cana de açúcar, depois de ficar ouvindo aquele “sonzinho” de ônibus sobe a figura do dia. Trajando uma roupa colada naquele monte de pneu, uma saia jeans que juntava as coxas como uma pamonha e um cabelo duro que parecia o capacete do Dart Vader, era ela. Mais a frente apelidada de “A “Nêga” do ônibus”. Subiu com toda aquela graça de rolo compressor e que ainda estava movido a álcool quebrando o majestoso silêncio. Tirou uma onda com o cobrador e passou a borboleta. Nós não sabíamos se ríamos ou se chorávamos. Estávamos cansados demais para emoções. Passou batida por nós e foi direto ao relento do ônibus, o fundo.

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